Jéssica Almeida
Da reportagem local
Com hobbies como ir ao cinema e comer pipoca doce, o risonho Raphael Montagner em nada se assemelha ao seu personagem da novela "Vitória", da Record, o neonazista Enzo. O ator, que esteve ontem no restaurante Djapa, em Mogi das Cruzes, aproveita a rara semana livre para passar um tempo com a família.
Cria do teatro, Raphael está na carreira artística há dez anos, e teve o seu primeiro papel na televisão há sete anos em "Amigas e Rivais", do SBT. Atualmente vive um dos papéis mais densos de sua carreira, e confessa que gosta de interpretar vilões. "Para falar a verdade, eu gosto. Viver mocinhos é legal, mas os vilões são desafiadores, e o desafio é tudo em qualquer trabalho. Eu me sinto realizado quando, por exemplo, alguém me fala que o Enzo é uma pessoa detestável, porque essa é a ideia", comentou Raphael.
A parte mais difícil para a composição do psicopata Enzo, segundo ele, foi abrir mão da vaidade: ele raspa frequentemente o cabelo e tem de deixar a barba crescer. "A primeira vez foi triste, quase aquela cena de "Laços de Família" (risos). Eles (a produção) raspam meu cabelo com uma gilete, não é nem com máquina. Foi estranho no começo. A minha rotina também mudou muito. Sempre gostei de esportes, mas hoje tenho uma rotina de treinamento praticamente militar", afirmou com bom humor.
Apesar de não acreditar que exista algum segredo para o sucesso, o ator afirma que dedicação, humildade e respeito são um trio que tende a gerar bons resultados. "Na vida nós colhemos o que plantamos. Eu não sou exemplo de nada, inclusive cometo vários erros, mas sempre procuro melhorar. Acho que, a partir do momento em que eu melhoro como ser humano, as recompensas tanto no profissional como no pessoal são consequências", completa.
Nunca se esquecer de como todas as pessoas são importantes também é um dos lemas que ele tenta colocar em prática diariamente. "Nós dependemos uns dos outros, por exemplo, na TV o que aparece é o meu rosto, mas por trás de mim há uma equipe gigante que trabalha para a mágica acontecer. Ninguém é nada sozinho", destacou.
Sem contrato fixo com a Record, Raphael espere, no futuro, por novas propostas e possibilidades. Até o momento experimentou o teatro e as novelas, mas também quer participar de séries e cinema, especialmente nos gêneros de ação. "Eu me identifiquei bastante com personagens de ação. Gostaria de fazer alguma série ou filme policial, por exemplo", ressaltou.